Em Dezembro de 2019, quase 2020, já tinha saído do Facebook. Dessa vez, como agora, a página fica activa mas não a vou usar. Fiz uma pesquisa sobre a minha relação com o Facebook, registos aqui no meu Malfadado (link aqui), e assim dá para perceber muita coisa. Desta vez saio chateado com os americanos, mas não com o povo norte-americano. É só guerra e estupidez... o massacre na terra sagrada da Palestina...
MALFADADO, O CONTESTATÁRIO
aqui se narram as aventuras de um portuguesito que desde tenra idade é vítima de erros vários, mas com abertura para outros textos de reflexão e de intervenção cívica
quarta-feira, julho 02, 2025
quinta-feira, junho 26, 2025
CAIXA D'ÓCULOS
Não é novidade que desde há uns anos passei a ser uma coisa que agora não sei como se chama, se calhar o politicamente correcto define como "pessoa de acuidade visual reduzida portador de lentes em dispositivo facial". Já me habituei a ser um caixa d'óculos.
Precisei de mudar de lentes porque a acuidade visual com as lentes antigas tinha piorado a olhos vistos, e mudei também de armação. Fiz uma colagem com a minha colecção de óculos graduados. Se me virem por aí, de lentes escuras ou normais, chamem-me, porque para além de serem lentes progressivas, que diminuem o campo de visão, os meus olhos e cérebro têm dificuldade em reconhecimento facial. E memória de nomes então, nem se fala. Mas para isso não há óculos que ajudem. Talvez menos açúcar e menos queijo...
sexta-feira, maio 16, 2025
ELEIÇÕES PARA ESCOLHA DE DEPUTADOS - SEGUNDA TENTATIVA
Ao cair do pano da campanha eleitoral, há que acabar com as indecisões. Apenas um ano depois é de esperar poucas diferenças no sentido do voto. Mas um ano foi suficiente para muita coisa acontecer, e foi bastante esclarecedor, quer dos rumos do governo que tivemos quer das prestações dos diferentes partidos da oposição. Não me estranha nada que a AD continue à frente nas intenções de voto, que o Chega continue a roubar malas cheias de deputados à esquerda e à direita. Numa situação normal o PSD perderia estas novas eleições. O governo não foi satisfatório em muitas situações, ainda que tenha conseguido desbloquear um bom par de processos que o António Costa deixou arrastar demasiado tempo. Mas as negociatas habituais em tempos de governos de direita voltaram à tona, o caso mais grave envolve o líder, mas há casos e casinhos com especulação imobiliária, há casos e casinhos com exploração de recursos naturais e produção de energia. E os ajustes directos sem justificação são o pão nosso de cada dia dado aos amigos empresários.
Começando pelo princípio: vale a pena ir votar outra vez?
A resposta do Malfadado é sempre a mesma: SIM. Vale a pena e não é preciso grande esforço. Este ano não foi preciso usar o voto antecipado, sempre se poupa no papel. Mas houve milhares de pessoas que já o fizeram, e bem. Votar é colaborarmos num sistema que tem imperfeições, mas que ainda assim não persegue os cidadãos que escolhem livremente. Cada cidadão maior de idade escolhe votar ou não votar, ir lá ou não ir, eleger os candidatos que vão para a Assembleia da República ou apenas deixar um voto que não vai eleger quem se acha mais capaz mas ajudar a financiar uma estrutura partidária.
Em quem votar desta vez?
Um bom princípio é analisar os resultados das últimas eleições ao nível de cada distrito. Aveiro elegeu AD, PS e Chega. Os outros votos não são inúteis, mas... certamente não vão eleger. Quem vota à direita vai votar AD, quem vota à esquerda vai votar PS e quem é anti-sistema ainda vota Chega. É o voto útil. Nas malfadadas previsões a AD vai recuperar alguns votos perdidos para o Chega (graças ao desfile de péssimos deputados que o Chega meteu no parlamento), podendo assim o deputado do Chega deixar de ser eleito, e passando assim para a AD ou para o PS. É aqui que a escolha de votar na bipolarização faz algum sentido, castigar o Chega e mostrar que os portugueses são melhores do que a amostra que o Chega quer fazer acreditar que são muitos.
Num ano o que mais me atormentou na política do governo foi a gritante diferença com a postura dos países progressistas e com a postura da ONU em relação aos crimes da palestina. Não o disseram como Trump, mas o resultado é o mesmo. Custa-me ver um povo humanista como os portugueses, cristãos que vão à missa e rezam pela paz e depois votam num governo que não defende uma solução de paz entre povos. É aqui que faz toda a diferença votar progressista, votar conservador ou liberal, votar nos tontinhos e bobos da corte ou mesmo não votar. E mais diferença faz se o voto conta para eleger um deputado.
2025 o voto útil no distrito de Aveiro é votar no PS. Por um país mais humanista, por um planeta melhor.
Nos outros distritos façam as contas, não é muito difícil escolher como fazer. O povo unido jamais será vencido. A esquerda desunida será sempre vencida. Mas estará lá!
terça-feira, abril 22, 2025
segunda-feira, abril 21, 2025
VEM AÍ MAIS DO MESMO - MERCADO DO CARBONO
Apanhei aqui na net que estava aberta a discussão pública da regulamentação do mercado de carbono. Que na sua proposta feita pelos habituais técnicos competentes do Ministério do Ambiente prevê que as plantações de eucaliptos devem ser apoiadas. Fui ao Portal Participa e ali deixei as minhas ideias. Não valerão de nada, pois sei que nestas coisas não ligam nada ao que pessoas ou entidades ali escrevem, mas pelo menos fica mais um registo de discordância na internet. Quanto mais não seja aqui através do Malfadado: "Parece-me primordial a regulamentação do mercado do carbono, mas a mesma não deve ficar refém de interesses relacionados com a indústria das celuloses. Uma plantação de eucaliptos, mesmo que muito bem gerida (sem mobilizações excessivas de solo, sem aplicação de produtos fito-farmacêuticos, sem aplicação de herbicida e apenas com a aplicação de adubações autorizadas em agricultura biológica) não deve ser considerada para este mercado, uma vez que vai promover a sua implantação e aumentar o risco de ocorrência de incêndios rurais incontroláveis, e levando assim à libertação de quantidades abusivas de CO2 para a atmosfera, bem como de poluentes para o ar e também para o solo e recursos hídricos. Para não falar da pegada ecológica de carros e aviões de bombeiros, quando se regista um incêndio.
A administração deve utilizar todas as ferramentas possíveis para promover uma floresta diversificada e ajudar os proprietários (individuais, colectivos ou da própria bolsa de terrenos públicos) a fazerem a gestão adequada dos seus bens imóveis, no sentido de um território resistente aos fogos, uma floresta de uso múltiplo e promoção da biodiversidade. A legislação nas mais diversas áreas deve seguir este princípio, principalmente porque nos últimos anos temos tido apenas exemplos de legislação que promove a destruição do nosso património natural. Algumas vezes em nome da ecologia, como é o caso da destruição de carvalhais e até de sobreiros para a colocação de painéis foto-voltaicos, em projectos classificados como de interesse nacional.
Uma legislação que ajude os proprietários de eucaliptos, como esta regulamentação que agora está em discussão pública, vai ajudar quem já tem todas as facilidades e rendimentos assegurados. De resto a regulamentação parece-me bem pensada. O interesse nacional deve ser a defesa do património e não apenas a defesa dos grandes investimentos, porque esses já têm o retorno (ou grande retorno) financeiro garantido."
quarta-feira, março 05, 2025
EL GOLFO DE AMERICA
Aviso aos mais distraídos: não me surpreendem as trumpalhadas do senhor presidente dos EUA. Fico é a pensar como é possível cidadãos de uma democracia votarem maioritariamente em gente assim para ajudar a resolver os seus problemas. Não é que defenda o anterior presidente e todo o mal que andou a ajudar a espalhar pelo mundo (com grande evidência no massacre dos palestinianos, mas também de pessoas de outros países ligados à sua causa de independência). Não é preto nem branco nestas coisas de avaliar as questões políticas. Mas irmos de mal a pior é o que estamos todos a ver.
A caricatura melhor destes dias de regresso ao poder político deste homem de negócios mal amanhado, é ele na Casa Branca com um cartaz por trás mostrando uma parte do mapa geográfico da América, e nesse cartaz em letras garrafais aparece escrito "Golfo da América". Ora, nesse grande país que são os EUA uma das segundas línguas, quiçá a mais falada, é o espanhol. No México é a língua oficial. E para essa figura triste da política não seria difícil perceber, se não fosse ele próprio de uma grande pobreza linguística, que em espanhol (castelhano) a palavra golfo tem uma segunda utilização, que é a de alguém desonesto, um desavergonhado. Assim, aparecer na "pantalha" uma pessoa como ele e lermos por trás "Golfo de América", é uma perfeita gozação sobre o próprio, pois quer parecer honesto e por trás aparece a dizer que ele sim, é que é o "golfo de américa".
Golfo, tal como aparece descrito no grande dicionário da Real Academia Espanhola, link aqui. Aqui para nós, se o nosso governo continuar a gostar de ser capacho dos governos americanos, como tem sido até agora, é de esperar que também mandem mudar o nome do Golfo do México. Mas nos meus mapas vou sempre ler "México". E vou continuar a evitar usar termos ingleses, pois cada vez mais temos que defender a nossa cultura. Ainda que nas gerações mais novas se use e abuse disso, e já dificilmente consigamos voltar ao que é genuinamente nosso, por herança cultural.
Para não escrever o seu nome muitas vezes vou optar por me referir ao presidente dos EUA como o "golfo de América", sempre que aqui reflectir um pouco sobre a situação do mundo.
sexta-feira, fevereiro 28, 2025
MAIS DE UM MÊS
A vontade de partilhar aqui a minha revolta tem sido muita, mas os acontecimentos dos dias do meu mundo chegam em catadupa e acabo por ficar sem tempo de qualidade para escrever. Continuo apoquentado pela escolha do povo americano, ao que chegou a mal tratada democracia. Continuo triste pelo apoio do meu povo português à estupidez e prepotência dos americanos na palestina, e solidário com o povo israelita, que na sua maioria não aprova uma guerra que é um genocídio e que é a semente de nunca mais poderem viver em paz e tranquilos, sem muros. Continuo à espera, sentado, que haja um movimento de boicote à participação de atletas israelitas nas competições desportivas europeias. E nem sequer sonho com a abertura dos campeonatos desportivos europeus aos atletas desse país que é a Palestina, ocupada e subjugada pelo nazismo destes estúpidos judeus. Que, já agora, também foram escolhidos para governar numas eleições democráticas. A situação de pilhagem das terras da Ucrânia continua em aberto, e na ONU nada se consegue avançar para que as coisas voltem a ser como eram até à invasão da Crimeia, com apropriação desse território ucraniano pelo ditador imperialista eleito democraticamente pelos russos. Para os iluminados americanos, agora no poder, uma boa solução republicana passa por ter na Ucrânia uma espécie de territórios palestinianos, mas em vez de judeus a prender palestinianos na sua própria terra, ter russos a prenderem ucranianos em territórios "libertados" mas sem liberdade para viverem em paz.
A última vez que aqui registei alguma coisa foi no final de Janeiro. Enquanto não consigo ter tempo para escrever sobre as misérias deste mundo, resta-me partilhar aqui as pequenas alegrias culturais.
Foi hoje lançado mais um disco excelente da Maria João. Já ouvi todo, mais do que uma vez. É mais um disco para ouvir e ser transportado pelas emoções que esta artista nos dá, desta vez com a parceria do João Farinha, que traz um toque de grande modernidade na exploração de novas sonoridades, dando colinho musical ao enorme arrojo desta cantora. São 40 anos de carreira, que eu acompanho desde o seu início, é verdade, desde o seu início na Escola de Jazz do Hotclub. Por isso, sem falsas modéstias, quero para mim o título de fã número UM! O disco chama-se ABUNDÂNCIA. Aqui fica a partilha de um bocadinho:
domingo, janeiro 26, 2025
DAS LÍNGUAS QUE ENTENDEMOS, DA ESTUPIDEZ NATURAL
A estupidez natural será o contraponto da inteligência artificial?
Estávamos a ver uma série francesa que passa na RTP2. Chama-se Lycée Toulouse-Lautrec, e tem alguma qualidade e muita actualidade. Cada episódio tem um nome, normalmente um conceito ou sentimento. Um dos episódios denomina-se "Peur". A narradora, que é a actriz principal, diz o seguinte (conforme a tradução que aparece nas legendas): "medo, substantivo do género feminino...". O merda que traduziu isto foi a inteligência artificial, ou foi só um tradutor naturalmente estúpida?
Já no jornal "A Bola" aparece a notícia de ontem, sobre o treinador argentino que vem para o Porto. E fala sobre uma comissão técnica do clube mexicano assinada para tratar do assunto. Ora aqui está mais um claro exemplo das traduções do castelhano feitas pelos jornalistas portugueses, aqui não há dúvidas sobre a estupidez natural. Porque uma comissão técnica pode ser nomeada, designada, empossada, indicada, eleita ou constituída, mas nunca assinada! Ainda que uma das possibilidades de assinar possa ser "designar", por via de uma palavra que já não se usa nos nossos dias, que é precisamente "assignar". Traduzir do espanhol não é aportuguesar estupidamente as palavras do castelhano, mas é o mais habitual na nossa imprensa, sempre se poupa nas despesas com tradutores. É por estas e por outras que eu não aconselho a assinatura de um jornal qualquer.
sábado, janeiro 25, 2025
TRAÇAR O DESTINO - CRÓNICA LITERÁRIA 4
sexta-feira, janeiro 24, 2025
MANUEL DE OLIVEIRA, MAS NÃO É O CINEASTA
No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, o espetáculo Lá no Xepangara – A Cultura Africana em José Afonso pretende refletir sobre a forte presença da cultura africana na vida e obra de José Afonso e sobre o seu papel na luta pela descolonização, democratização e desenvolvimento da sociedade e cultura lusófonas.
Sob a direção artística de Manuel de Oliveira, tem como principal objetivo a aproximação da comunidade lusófona e dos jovens a uma personalidade incontornável na luta pela Democracia, enaltecendo assim a contemporaneidade e, sobretudo, o caráter universal da obra de José Afonso.
O espetáculo conta com as vozes de Selma Uamusse (Moçambique), Karyna Gomes (Guiné Bissau), Isabel Novella (Moçambique), Edu Mundo (Portugal) e Fred Martins (Brasil), Manuel de Oliveira na guitarra, Carlos Garcia nas teclas, Albano Fonseca no baixo e Dilson Pedro (Angola) na percussão.
quinta-feira, janeiro 23, 2025
A INJUSTIÇA ATACA DE NOVO
Um destes dias fiquei contente ao ler o título de uma grande notícia (link a seguir):
Multa diária põe em xeque bolsos do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
quarta-feira, janeiro 22, 2025
DIVULGANDO O BLOGUE PESSOAL DE UM VERDADEIRO AMIGO DA CULTURA
Conheci o Pedro Mendes há muitos anos atrás, foi um dos membros mais activos do Maria João - Clube de Fãs. O nosso mestre da informática, ainda que houvessem outros a trabalhar nessa área. Guardo boas memórias com ele. Depois ele e um par de amigos criaram o Coffeepaste, sobre o qual já aqui falei no Malfadado. Um projecto que vale bem a pena apoiar e divulgar. Agora o Pedro decidiu alimentar um blogue, com coisas pessoais que acha importante partilhar ou lançar para reflexão, com vídeos e tudo no seu canal Youtube. Fica aqui o link e o convite para espreitarem (clicar aqui). E lá estará também no cabeçalho o Coffeepaste!
terça-feira, janeiro 21, 2025
FUNDO AMBIENTAL PAGA COMPARTICIPAÇÕES DE 2023
É assim o nosso governo, no que diz respeito a apoios a cidadãos contribuintes. Em 2023 abriu um aviso para candidaturas a projectos de investimento em energias alternativas, mais de um ano depois de fecharem as candidaturas é que andaram a avaliar e a fazer os pagamentos. Assim, ainda antes de acabar 2024, lá conseguimos ver chegar o valor da comparticipação pelo investimento na produção de energia fotovoltaica para autoconsumo na Casinha Gandaresa. Se calhar este importante investimento pessoal, que está a produzir energia eléctrica para a rede nacional (através da Coopérnico!) ainda não tinha sido aqui referido no Malfadado.
O novo governo decidiu então descontinuar muitos dos apoios às energias alternativas. Senão teríamos concorrido em 2024 com a substituição do painel solar para aquecimento de águas (que durou cerca de 15 anos) pelo sistema mais moderno que usa a bomba de calor para produzir água quente. Na verdade é um sistema que consome energia eléctrica, mas de forma muito eficiente, e que trabalha a todas as horas, não dependendo dos dias de sol. Antes não gastávamos nenhuma energia eléctrica, mas nalguns dias tínhamos que recorrer ao esquentador a gás. Agora deixámos de usar o esquentador. Mas não podendo recorrer aos apoios ambientais, o investimento realizado dificilmente será amortizado nos nossos dias. Economicamente falando, em termos de contas pessoais, era melhor continuar a usar o esquentador. E voltar aos banhos de água fria, que também são melhores para a saúde individual.
Não vou falar do excesso de burocracia e da dificuldade em tratar das candidaturas e depois dar resposta às questões levantadas...
quinta-feira, janeiro 02, 2025
ELA ESTÁ DE VOLTA
Com indicações úteis, mas ditas de uma forma cómica. Não é para crianças. Depois deste vídeo de regresso, já publicou outro, vão lá ao canal e subscrevam. A Beatriz gosta pouco, gosta...!!!
quarta-feira, janeiro 01, 2025
CONCERTO DE ANO NOVO
Tal como no ano passado conseguimos ir ao concerto de ano novo, com a Orquestra Filarmonia das Beiras. Só os dois. Desta vez não encontrei ninguém que eu conhecesse (na verdade não me apeteceu falar ao presidente Ribau Esteves). Mas depois do jantar, ao passar de carro numa paragem de autocarro, vejo uma pessoa sozinha, encolhida com o frio, e parece-me reconhecer uma vizinha da nossa rua. Voltámos atrás. Era mesmo ela. A mãe dos irmãos Baker. Já não havia autocarros a essa hora, num dia feriado.
terça-feira, dezembro 31, 2024
BALANÇO DO ANO 2024
Aqui no Malfadado o ano fecha com pouco menos de 100 novas entradas. O balanço do ano só pode ser positivo, as reflexões ficam para 2025. Agora estamos fechados para balanços.
FOTOS E VÍDEOS
A arte é uma coisa indescritível. Mas as fotos e vídeos, o cinema, são expressões artísticas que gosto de apreciar. Ao referir noutro texto que em novembro tinha reencontrado amigos, lembrei-me que já há algum tempo não partilhava aqui um trabalho do multipremiado veterinário Jorge Bacelar. Quando nos reencontrámos, no meio de muitas fotos que ali tinha de uma exposição, ofereceu-me um original com a modelo que melhor transmite a poesia de dureza e amor pela natureza das fotografias que ele executa. É ela a Silvina. É esta agricultora. Ou devo dizer esta supermodelo?
NOVEMBRO FOI DE REGRESSO AO CABEÇO SANTO
Num dos fins-de-semana em que não participei na peregrinação ao Monte, tive a oportunidade de participar na primeira caminhada de Outono no Cabeço Santo. Uma visita guiada por um grande amigo, num dia muito agradável de luz e temperatura. Foi só uma manhã de passeio, finalizada com um piquenique partilhado que foi um verdadeiro banquete. Da parte da tarde uma pequena sesta na plateia da Assembleia Geral da Associação Cabeço Santo e depois visitar a casa em reconstrução de amigos, em Recardães, no caminho de regresso a Vagos. Amigos com quem não estava há muito tempo mas que recentemente tínhamos reencontrado na Torreira. Encontros e desencontros. Aqui fica a notícia do passeio, com fotos e tudo, neste link para o Facebook da ACS (clicar aqui). E fica esta fotomontagem de voluntárias, numa das habituais e terapêuticas Jornadas de Voluntariado, a praticar um método de substituir as acácias mimosas por carvalhos, o famoso e eficaz descasque das invasoras:
LIBERDADE E INSPIRAÇÃO - AS OBRAS DE MARIA JOÃO COM OUTROS ARTISTAS
Algodão. O último trabalho discográfico editado pela Maria João. Desta vez com o músico André Mehmari.
O Coffeepaste fez a entrevista que se impunha, resultou nestes belos minutos de palestra que aqui partilho. Podem e devem consultar o site do Coffeepaste, subscrever e divulgar (link aqui para o artigo com esta entrevista).A PAZ NO MUNDO
Desta vez, em jeito de recuperar o atraso nas publicações aqui no Malfadado, ao contrário de atribuir um dia a cada publicação, vai tudo neste último dia de 2024.
Aqui fica a partilha de textos que me parecem relevantes sobre aquilo que mais me revolta neste momento, a protecção que se dá aos fascistas israelitas que se têm perpetuado no governo de um povo que merecia melhor sorte. Mas lá, como cá, a democracia tem perigosas limitações e problemas práticos.
De Carlos Matos Gomes (com menção a artigo de Alexandra Lucas Coelho)(link para o original, no Fb, aqui):
"Israel é a Santa Inquisição do Ocidente, ou o Ocidente é o braço secular de Israel?
Apanhei com as duas notícias quase em simultâneo. Israel destruiu o hospital Kamal Adwan, o último que ainda funcionava em Gaza. Os médicos e os doentes foram forçados a sair, alguns nus, como se encontravam, em fila indiana, antes do edifício ser incendiado.
No Público um artigo de Alexandra Lucas Coelho, com o título “Israel acabou. O futuro é da Palestina.”
“ Esse horror não seria possível sem as bombas e os milhões dos EUA. Biden é um criminoso de guerra. Como Scholz, Ursula, a maior parte da UE (com três ou quatro países a fazerem a diferença). O mundo que permite que se extermine um povo em nome de Deus, e ainda se considera religioso…”
O genocídio que Israel está a cometer na Palestina coloca a questão de ser a comunidade judaica que determina a política dos Estados Unidos ou se são os Estados Unidos que determinam a política de Israel. No fundo trata-se da mesma velha questão de saber se, enquanto existiu, era a Inquisição que determinava a política dos reinos de Portugal e de Espanha, ou se eram estes reinos, os Estados, que utilizavam a Inquisição como seu instrumento de poder. Israel elimina os palestinianos para impor o seu poder de forma inquestionável, em interesse próprio ou os Estados Unidos utilizavam Israel para imporem o seu poder no Médio Oriente?
A posição estratégica da Palestina no Médio Oriente faz com que o seu controlo constitua um objetivo vital para os Estados Unidos. Esse interesse é assegurado por Israel. A existência de palestinianos, os nativos, constitui um obstáculo para a justificação do direito de controlo absoluto do território por parte dos Estados Unidos. Israel foi criado, entre outras razões, com o argumento do direito dos judeus à posse do território pela ancestralidade bíblica (na realidade idêntica à de todos os povos semitas da região). Israel foi criado, existe e atua com a violência e a crueldade que são impossíveis de ignorar para eliminar os palestinianos, para eliminar os que colocam em causa o poder dos Estados Unidos na região através de Israel.
A Santa Inquisição dispunha de um Manual do Inquisidor que justificava a tortura para obter a confissão e mesmo a conversão dos judeus, que entregava os condenados ao braço secular para execução da sentença de morte, que tanto punia os relapsos, como ajudava os conversos a irem para o Paraíso mais cedo.
A dúvida que se coloca na relação atual entre os Estados Unidos e Israel nesta adaptação do Manual do Inquisidor de eliminação de um povo é a antiga dúvida se era a Inquisição que determinava ao Estado a política de morte dos hereges, ou se era este, o Estado, que utilizava a Inquisição como um instrumento da sua política de poder absoluto. Ou se ambos atuavam em conluio. O direito da Inquisição, que representava a maioria cristã, armada, se defender dos hereges é, curiosamente, o mesmo atualmente invocado do direito à existência de Israel, que está fortemente armado e constitui a maioria reinante.
No século XV em Estanha, era Tomás Torquemada, o Inquisidor mor, insano e fanático, ou Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os reis católicos que governavam a Espanha e a “limpavam” de judeus e muçulmanos, e hoje, é Netanyahou ou o presidente dos Estados Unidos que determina a matança dos palestinianos, o auto de fé de Gaza?
O dramático, hoje, como há quinhentos anos, para quem tiver consciência, será responder à pergunta deixada pela Alexandra Lucas Coelho: - O que fizeram contra isto? - que filhos ou netos farão aos seus pais ou avós, sobre nós. Isto na esperança de os nossos filhos e netos não serem iguais a nós e nós não sermos iguais aos que participavam nos autos de fé em ambiente de festa."
Da redacção do Fumaça (link para este texto no site deste órgão de comunicação social) (a propósito de um prémio atribuído pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do nosso governo, Comissão Nacional da UNESCO)(mais um link, desta feita para o videozinho do discurso de agradecimento, colocado no Fb do Fumaça):
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros e o governo escolheram o seu lado. Têm sangue palestiniano nas mãos, não vai ser fácil lavá-lo.”
Ganhámos um dos prémios de jornalismo “Direitos Humanos & Integração” para rádio pelo terceiro ano consecutivo, desta vez com a peça sobre perturbações do comportamento alimentar Trinta e dois e setecentos.
O galardão foi partilhado com a série Violeta, assinada por Filipe Santa Bárbara e Margarida Adão na TSF, sobre uma mulher trans romena a quem o estado português não soube ou não quis dar refúgio.
Ricardo Esteves Ribeiro, jornalista da nossa redação, foi receber o prémio, atribuído pela Comissão Nacional da UNESCO e pela #PortugalMediaLab, estrutura de missão para a Comunicação Social criada pelo governo.
Lê aqui o discurso, feito por Ricardo Esteves Ribeiro, na cerimónia de entrega de prémios, no dia 10 de dezembro, no Palácio das Necessidades, em Lisboa:
“Obrigado pelo prémio. Obrigado à Comissão Nacional da UNESCO e à Estrutura de Missão para a Comunicação Social do estado português. E parabéns a todas as outras jornalistas nomeadas e vencedoras.
Desde 2021, o júri dos Prémios de Jornalismo Direitos Humanos & Integração reconhece ao Fumaça trabalho de jornalismo digno de ser homenageado. E desde 2021 reconhecemos a ironia desta entrega de prémios. O estado português e o Ministério dos Negócios Estrangeiros (dentro do qual trabalha a Comissão Nacional da UNESCO) premeiam investigações e reportagens jornalísticas que demonstram falhas do estado. “Trinta e dois e setecentos”, tal como outros trabalhos sobre saúde e doença mental, espelha o desinvestimento público reiterado nas estruturas de cuidado e prevenção de problemas psicológicos e doenças psiquiátricas.
Mas no ano passado, falámos de uma ironia ainda maior: a de o Ministério dos Negócios Estrangeiros premiar uma redação jornalística que, desde a sua génese, se foca em reportar como o projeto colonial sionista está há décadas a efetivar a limpeza étnica do povo palestiniano com o apoio ou silêncio de sucessivos governos portugueses.
Há exatamente um ano, subimos a este palanque para denunciar a cumplicidade incondicional do então governo português no genocídio em curso em Gaza. Dissemos muito claramente: “O ministro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o governo escolheram o seu lado. E têm sangue palestiniano nas mãos. Não vai ser fácil lavá-lo.”
Entretanto, o governo mudou, não a política. No passado maio, Paulo Rangel disse ao jornal El País que “seria muito injusto dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano”. Nesta altura, 35 mil pessoas palestinianas tinham sido mortas em cerca de sete meses. Recusou que estaríamos a assistir a um genocídio. A entrevista foi publicada dias antes do 76º aniversário da Nakba, em que mais de 500 vilas foram destruídas e centenas de milhares de pessoas feitas refugiadas durante a criação do “estado de Israel”.
Também foi o ministro Paulo Rangel quem, há poucos meses, negou que o navio MV Kathrin, com a bandeira portuguesa hasteada, levava explosivos para armas a usar contra pessoas palestinianas. Apenas com a pressão da população foi o ministro obrigado a reconhecer esse encobrimento, que garantiria a expansão de um arsenal usado para perpetuar um genocídio. E nunca decidiu que o estado português deveria retirar proteção legal ao barco (foi a empresa a pedi-lo).
E a 7 de outubro de 2024, no aniversário do maior intensificar do genocídio palestiniano desde 1948, com mais de 40 mil pessoas palestinianas mortas, das quais pelo menos 137 são jornalistas, milhares presas sem acusação nem julgamento, tortura e raptos em massa, condições de higiene epidémicas, centenas de milhares de pessoas refugiadas, fome generalizada e uma expansão colonial na Cisjordânia, Líbano, Iraque, Iémen e Síria, Paulo Rangel decidiu passar o dia ao lado do embaixador colonial sionista.
Nunca, neste ano de mandato, Paulo Rangel sancionou o estado sionista, as empresas que lucram com ele ou boicotou a produção de armas que diretamente assassinam pessoas palestinianas.
Hoje, 10 de dezembro, é celebrado internacionalmente o Dia dos Direitos Humanos. Por isso, perguntamos: para que servem, para o governo e estado portugueses, os chamados “direitos humanos”? São muletas das quais se lembram para, de quando em vez, entregarem prémios a jornalistas? São metáforas que utilizam para enfeitar bonitas cerimónias onde batemos palmas umas às outras, como se tudo estivesse bem? Ou são parte de um projeto colonial criado para perpetuar desequilíbrios racistas e manter no poder quem é branco? Se “direitos humanos” realmente existem, então, para o governo português, só pode haver uma maneira de resolver este dilema: pessoas palestinianas não são humanas. Estão na zona do “não ser”, são bestas. E, portanto, não têm direito a direitos.
O ministro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o governo escolheram o seu lado. Têm sangue palestiniano nas mãos. Não vai ser fácil lavá-lo.
Obrigado.”
NOVEMBRO FOI DE VOLUNTARIADO NO MONTE BARATA
Há ideias muito peregrinas. E não é que se concretizam muitas delas?
Vale a pena contar a história:
SALAME DE CHOCOLATE - VARIAÇÃO VEGANA
Ainda a propósito do que deixei aqui sobre a participação na Caminhada de Outono no Cabeço Santo, lembrei-me que seria bom registar aqui a receita que escrevi, com base na receita dada por uma grande amiga e grande cozinheira de coisas alternativas, do salame que levei para o piquenique desse dia. Aqui fica ela:
AS BOAS FESTAS, EM VERSÃO EXAGERADA
É tudo em versão exagerada, até a falta de tempo para ir registando aqui, de forma mais ou menos literário-informativa, ou de forma mais ou menos divulgadora, em registo de amigável partilha, as coisas que vou vendo, que me acontecem, que me merecem um pouco de atenção e que acho que valem a pena ser aqui mencionadas. Para manter os amigos informados, também, mas para ser a âncora das minhas memórias. Porque a minha cabeça por dentro, é como se o vento que me traz desgrenhado quando ando com o cabelo exageradamente grande, como nestes dias, me entrasse cá dentro da caixa dos neurónios e me levasse muitas das vivências, muitas das referências. É isto o Malfadado.
Reparei então que nos últimos dois meses nem sequer uma vez consegui registar aqui o que quer que fosse. Tenho uma boa porção de separadores no Chrome com coisas interessantes, mas depois falta-me o tempo para aqui estar sentadinho, comigo e com um punhado de bons amigos, a partilhar coisas.
O nosso cartãozinho de Boas Festas em 2024 foi ideia da Zeza, aproveitar a pintura mural no largo da Biblioteca Municipal de Vagos. Havia que ir lá tirar a foto numa altura em que estivessem as iluminações de Natal. Não foi fácil fazer a foto, porque o largo foi ocupado pelas barraquinhas da estranha Feira de Natal. Mas depois de lá andarmos a fotografar, lá se conseguiu compor qualquer coisa.
Normalmente faço 3 versões do cartãozinho, para depois escolhermos a melhor. A melhor para a Zeza normalmente é diferente da melhor para mim. Mas este ano exagerei, e fiz 5 versões. Uma enviou ela para a sua lista de amigos. Uma muito parecida enviei eu, outra foi para o meu Facebook. E outra vai ficar aqui no Malfadado, em rigoroso exclusivo. Outra é a versão Wapp, para partilhas e para trocas nessa plataforma em que eu não tenho conta, pois ainda tenho o velhinho Nokia. E aproveitei ainda, exagerando ainda mais, e fiz um cartãozinho com uma foto de uma árvore do Palácio Nacional de Queluz, cuja ideia inicial era enviar em resposta aos muitos amigos que enviaram/responderam com o seu cartãozinho ao nosso correio.
Mas como não tive tempo para responder, tal como já me aconteceu no ano passado, um a um, acho que vou apenas colocá-lo aqui amanhã, em jeito de intenção e gratidão pela amizade dos meus muitos amigos.